Manuel Marques Teixeira 1889-1967 Físico-Químico e professor universitário, 1.º discípulo português da Madame Curie |
Manuel Marques Teixeira de Oliveira, filho de Vicente Marques de Oliveira, nasceu no Porto a 4 de outubro de 1889.
Nesta cidade fez o curso Normal e os cursos Superior de Comércio e Normal do Ensino Secundário.
Na Academia Politécnica do Porto e na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto graduou-se em Ciências Físico-Químicas. Foi, aliás, um dos primeiros diplomados neste curso, que concluiu em 1913 com a classificação de 17 valores.
Em 1912, antes de concluir a licenciatura, já era 2.º assistente provisório da 2.ª secção do 1.º grupo (portaria de 29 de fevereiro); mais tarde, passou a assistente efetivo.
Entre fevereiro e julho de 1914 foi discípulo de Maria Sklodowska (Madame Curie, 1867-1934) - o seu primeiro discípulo português, estagiário no Instituto do Rádio em Paris. Os conhecimentos então adquiridos, que muito influenciaram Manuel Marques Teixeira, foram por ele reunidos na dissertação de concurso a assistente, intitulada “Manipulações de radioatividade” (Porto, 1914).
Manuel Marques Teixeira lecionou Física e Matemática no Liceu Rodrigues de Freitas, onde foi professor efetivo desde 1915. Trabalhou, também, no Instituto Industrial do Porto, onde, além de docente, desempenhou as funções de diretor.
A 23 de março de 1918 tomou posse do lugar de 1.º assistente do 1.º grupo – Física, da 2.ª secção – Ciências Físico-Químicas, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Em 1948, quando detinha a categoria de professor extraordinário, foi nomeado professor catedrático do 1.º grupo – Física, da 2.ª secção – Ciências Físico-Químicas, precedendo concurso documental, por portaria publicada no Diário do Governo, 2.ª Série, n.º 63, de 17 de março. Tomou posse no dia seguinte.
Na Faculdade de Ciências lecionou várias cadeiras, como a de Ótica, entre 1952 e 1959, tendo-lhe sucedido José Moreira de Araújo, e a de Mecânica Física e Eletrónica. Ministrou ainda o curso complementar de Física. Entre 7 de abril e 1 de novembro de 1953, durante o impedimento do professor catedrático Carlos Azevedo de Coutinho Braga, exerceu as funções de secretário da FCUP e de diretor do Instituto Geofísico, anexo à Faculdade de Ciências - nomeado por portaria publicada no Diário do Governo, 2.ª série, n.º 216, de 16 de junho de 1955. Tomou posse do lugar em 29 de setembro desse ano.
Manuel Marques Teixeira atingiu o limite de idade a 4 de outubro de 1959.
Algumas das posições públicas que tomou ao longo sua carreira causaram-lhe grandes dissabores. Esteve deportado em Angola (1927-1928), preso (1946) e suspenso das suas funções, sem vencimento, entre 1949 e 1952.
Faleceu em 1967.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2012)